segunda-feira, 10 de maio de 2010

Reciclagem

Empresas e cidadãos investem no aumento de material reciclado no Brasil

Com os programas de incentivo, só numa rede de supermercados, quase 140 milhões de embalagens plásticas deixaram de ser usadas em um ano. Os consumidores engajados vão às compras com bolsas ecológicas.

Esta semana, o Jornal Nacional está apresentando uma série de reportagens sobre a ameaça ambiental que não depende de acidentes para provocar estragos: a produção descontrolada de lixo.
Nesta quinta, o repórter José Roberto Burnier mostra iniciativas de empresas e de cidadãos para aumentar o volume de material reciclado no Brasil.
Ele bem que tentou, mas não conseguiu mudar o comportamento dos clientes. A ideia era: no lugar da sacolinha de plástico, que é um problema para o meio ambiente, uma de pano, para usar sempre.
“Ele compra a sacola ou ganha a sacola, leva e depois não traz de volta”, disse Wagner Ferreira, dono da padaria.
“A gente não se dá conta, na hora de pegar ainda não estamos conscientizados disso”, reconheceu a pedagoga Rose França.
Uns não estão, mas outros já dão exemplo. O pacote de cereais passa pelo caixa. A compradora abre, tira o que interessa e deixa a embalagem ali mesmo. Com a pasta de dentes e o sabonete faz o mesmo. É assim que começa a preciclagem, a separação de produtos que vão ser reaproveitados.
A vendedora Elaine Muehringer Folco só faz compras no mesmo supermercado. O prédio é todo ecológico. O teto é solar. O ar-condicionado e refrigeradores são abastecidos com gás que não agride o meio ambiente. As gôndolas e os carrinhos são feitos de material reciclado. E várias embalagens de produtos também.
E o interessante é que com isso vão surgindo novas e criativas maneiras de se embalar ecologicamente um produto. Veja o caso de um fabricante de papel higiênico. Ele apertou os rolinhos de papel higiênico. Com isso, a embalagem fica menor. Embalagem menor, menos plástico. Menos plástico, menos problemas ambientais. Detalhe: tanto o plástico quanto o produto são recicláveis. E ainda, pra você não ter que sair do supermercado com uma sacolinha plástica, eles fizeram um alça para levar pra casa.
Num supermercado, o cliente que não usar a sacola plástica tem desconto. Uma mulher economizou 18 centavos. Uma economia pequena, mas que um dia o filhinho dela vai agradecer.
Por enquanto, no Brasil, estamos deixando 240 mil toneladas de lixo por dia. Quase tudo vai para aterros sanitários.
É onde uma sacolinha de plástico demora pelo menos cem anos para se decompor. Se for reciclada, vira outro tipo de embalagem.
N uma rede de supermercados, quase 140 milhões dessas embalagens deixaram de ser usadas em um ano.
“A gente acha que isso é um processo de aprendizado. Pro consumidor, pro consumo consciente”, disse Chisthianne Uriosthe, diretora do supermercado.
Outra rede de supermercados está coletando 600 toneladas de lixo que estão sendo separadas pela população em casa.
“Acho que todo mundo devia fazer isso e falo isso pra todo mundo também fazer”, disse a consultora Isis Liberato.
O material vai para cooperativas de catadores e depois para a reciclagem em indústrias. “Quando você fala de uma mudança de comportamento por parte do consumidor, uma mudança de operações por parte do varejista, uma mudança de produção por parte da indústria, é um caminho sem volta”, declarou Paulo Pompílio, diretor de supermercado.
Um dos maiores especialistas em reciclagem do Brasil, o consultor da ONU Sabetai Calderoni, comemora esse envolvimento maior da sociedade com a preservação. Mas alerta que, dos três erres da política ambiental - reduzir, reutilizar e reciclar - esse último ainda sofre com a falta de estrutura.
“São as autoridades municipais que deveriam estar preocupadas com a implantação de centrais de reciclagem integral de resíduos de modo a dar escoamento a esses materiais que a população agora com tanta vontade consegue separar e levar aos supermercados”.
Consumidor engajado faz a sua parte. Débora sempre anda com várias sacolas ecológicas e personalizadas.
“A gente que costurou as sacolinhas. Uma tia que trabalha em confecção, e a gente pegou os restos”, contou a educadora Debora Oyma.
“A gente tem que se preocupar com o que a gente vai deixar pro futuro. Daqui a 30 anos, o que a gente estará produzindo de lixo, deixando de herança para quem está nascendo agora”, disse a dentista Tatiana Fusco Hares.
Fonte : Jornal Nacional - Rede Globo
 

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